domingo, 4 de março de 2012

PRESTANDO CONTAS:


Jacareí, 22 de fevereiro de 2012.
  
Ao Jornal “O VALE”

Prezados Senhores,

A União Federal de Umbanda e Candomblé do Brasil com sede na Rua Princesa Anne de Bourbon, nº 150, bairro Parque dos Príncipes, em Jacareí – SP, neste ato representada por seu presidente, Senhor Sebastião Aparecido Oliveira, brasileiro, casado, da indústria, portador da Cédula de Identidade RG 19751513 , SSP/SP,  que esta subscreve, vem a presença de Vossas Senhorias, com o devido respeito, expor e requerer o quanto segue:
 Esse conceituado jornal publicou em sua edição de domingo,  que circulou no dia 05 de fevereiro de 2012, a seguinte matéria:

Macumba:  “A Câmara de Jacareí retoma na próxima terça-feira as sessões ordinárias com dois projetos do Executivo e uma proposta do vereador Itamar Alves (PDT) que transforma o Dia da Macumba em Dia Municipal das Religiões Afro-Brasileiras” (Grifamos)
No entanto, a matéria veiculada não condiz com a verdade jornalística, costumeira e de praxe utilizada por este conceituado periódico, como se esclarece a seguir:
Na real verdade dos fatos, no dia quinze de novembro, comemora-se o DIA DA UMBANDA, como bem claro está na legislação municipal de Jacareí e não o DIA DA MACUMBA, como publicado na edição jornalística, já citada.
Por outro lado, entre o termo UMBANDA e MACUMBA, há uma extrema e larga distinção, como se esclarece:
UMBANDA:
Seguimento religioso, espiritualista, criado em 1908 pelo Médium Zélio Fernandino de Moraes.




Porém, antes da data acima, já havia, de fato, o trabalho de espiritualidade, assim como religiões ou simples manifestações religiosas espontâneas cujos rituais envolviam incorporações espirituais e louvores aos Orixás.

No entanto, foi o médium Zélio  que organizou uma religião com rituais e contornos bem definidos à qual se deu o nome de UMBANDA.


Nesta época, não havia liberdade religiosa e todas as religiões que apontavam semelhanças com rituais afros eram perseguidas, os terreiros destruídos e os praticantes presos.
Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de Umbanda fundadas inicialmente, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da UMBANDA.
Genericamente, denomina-se de UMBANDA o conjunto de bases doutrinárias e práticas ritualísticas, existente predominantemente no Brasil, em que os praticantes médiuns mantêm contato, pelo fenômeno espiritual de incorporação, com entidades ou seres espirituais desencarnados, que procuram atender e auxiliar os consulentes dos templos, também chamados terreiros ou tendas.
A UMBANDA é uma religião de cunho espiritualista, mediúnica, que agrega elementos de bases africanas,indígenas (Caboclos), que recebeu influência oriental (indiana, inerente à reencarnação, o kharma e o dharma), e adquiriu elementos do cristianismo (judaísmo) como a caridade, o auxílio ao próximo e outros ditos por Jesus Cristo que no sincretismo religioso (associação dos Santos Católicos aos Orixás africanos) consideramos como o Orixá Oxalá.

MACUMBA:
A primeira definição de MACUMBA que se encontra em qualquer dicionário é de: antigo instrumento musical de percussão, espécie de reco-reco, de origem africana, que dá um som de rapa (rascante); e Macumbeiro é o tocador desse instrumento.



MACUMBA é também, uma espécie de árvore africana, além de ser também um instrumento musical utilizado em cerimônias de religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.
O termo, porém, acabou se tornando uma forma pejorativa de se referir a essas religiões e, sobretudo, aos despachos feitos por alguns seguidores.


Portanto, MACUMBA, na acepção popular do vocábulo, é mais ligada ao emprego do ebó, feitiço, "despacho", coisa-feita, mironga, mandinga, muamba;

Assim, note-se que é usada no sentido pejorativo para se referir ao Candomblé ou à Umbanda, tal como, com o devido respeito, quando se dirigem a católicos chamando-os de “papa ósteas”, “ratos de sacristias” ou “viventes da barra da saia do padre” dentre outros ou a evangélicos como “utilitários de Bíblia como desodorante”;

Pejorativo: Insulto ou ofensa é uma forma de violência verbal, em que geralmente o agressor se utiliza de palavras - verdadeiras ou não, com exageros ou não que visam humilhar de alguma forma ou atingir um ponto-fraco da vítima.
Por todo o exposto, fica claro e cristalino que toda a comunidade UMBANDISTA se sentiu ofendida, humilhada, mal tratada, desrespeitada, envergonhada e em situação vexatória pelo equívoco praticado por este conceituado periódico.

Acreditamos fielmente que este conceituado jornal não teve em momento algum a intenção ou interesse de ofender, mal tratar, humilhar, desrespeitar, envergonhar ou expor a comunidade umbandista em situação vexatória, bem como acreditamos que não o faria com nenhuma outra religião ou qualquer outro cidadão de bem de nossa sociedade.

Mas, com intenção e interesse ou não, o certo é que a comunidade UMBANDISTA se sentiu e ainda se sente envergonhada, humilhada, mal


tratada, desrespeitada, e em situação vexatória, pela errônea publicação veiculada e publicada, talvez, por equívoco, o qual deve e merece ser reparado. 

Por todo o exposto, com o devido respeito que este conceituado jornal merece e, acreditando sempre na idoneidade, moralidade, bom caratismo e respeito deste periódico, bem como de toda a nossa imprensa nacional, a comunidade UMBANDISTA, por seu representante legal que esta subscreve, requer a


Vossas Senhorias, a retratação da matéria jornalística veiculada, já citada, retificando-a e publicando outro texto em seu lugar, a ser publicado na próxima edição deste jornal, onde

se retrate a verdadeira religião UMBANDISTA e confira aos seus adeptos o seu devido respeito e consideração como este merece.  


Certo do bom entendimento de Vossas Senhorias, bem como do pronto atendimento ao acima requerido, desde já agradecemos e colocamo-nos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos necessários.

Atenciosamente,

                                                                               ______________________
                                                                                                        Sebastião Aparecido Oliveira.



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